Dê um passeio através de qualquer piquete e entre as gramas que você vai encontrar um grande número de plantas diferentes. Videiras pequenas, ervas daninhas, algumas flores silvestres- as chances de que pelo menos algumas delas são tóxicas para os cavalos são grandes. Centenas de plantas venenosas crescem diariamente nas pastagens "Eu desafio qualquer um a me dizer que eles têm um pasto com zero plantas venenosas", diz Jeffery Hall, DVM, PhD, um toxicologista da Universidade Estadual de Utah.
A boa notícia, é claro, é que a grande maioria dessas plantas representam pouca ameaça aos cavalos. Por um lado, a maioria delas são intragáveis, uma vez que os cavalos que estão enchendo-se de forragem de qualidade dificilmente irão se atrair pelas folhas amargas que povoam seu pasto. Outro fator que protege cavalos é seu tamanho - um animal de 450kg deve consumir quantidades significativamente elevadas de toxinas para sentir quaisquer efeitos.
No entanto, algumas plantas são motivo de preocupação tanto porque mesmo uma mordiscada curiosa pode significar muito. Então vale a pena conhecer pelo menos algumas delas para que você possa elimina-las de suas pastagens ou evita-las em um passeio na estrada, ao longo de cursos d'água.
O cogumelo Ramaria flavobrunnescens causa intoxicação expontânea, a presença é mais frequente em animais que têm acesso a bosques de eucalipto e já é conhecida como "mal do eucalipto". Presente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
A Conium maculatum conhecida pelo nome comum de cicuta é uma espécie herbácea pertencente ao género Conium da família Apiaceae. A planta é conhecida por dela se extrair a cicuta, uma potente mistura utilizada na Europa desde a antiguidade clássica como veneno.
Tetrapterys Multiglandulosa popularmente conhecida como Cipó-preto, Cipó-ruão, Cipó-vermelho, é uma planta perene, presente em todos os estados da região Sudeste. A intoxicação ocorre mais no período da seca, quando os animais passam por restrição alimentar, pois a planta tem baixa palatabilidade, exceto os brotos jovens, que apresentam boa palatabilidade. Mesmo na seca a planta se mantém verde nos pastos, atraindo os animais.
Lantana spp, a chumbinho, camará, cambará, margaridinha possuí ampla distribuição pelo Brasil sendo descrita nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. As intoxicações ocorrem mais situações de escassez de alimento e superlotação de pastagens, após as primeiras chuvas, pois a planta brota mais rapidamente. Os princípios tóxicos são o Lantadene B e Lantadene A.
A Pteridium aquilinum, popularmente chamada de samambaia do campo ou simplesmente samambaia, é uma planta perene, rizomatosa, herbácea, ereta e ramificada, medindo entre 50 a 180 cm de altura.Os cavalos não costumam recorrer naturalmente a esta planta, excepto há quando escassez de erva ou feno. Muitas vezes, esta planta vem misturada no feno, por isso é preciso atenção redobrada.
A Palicourea marcgravii, conhecida como cafezinho, erva de rato ou café bravo. É considerada a principal planta tóxica do Brasil – ampla distribuição geográfica, bem aceita pelos cavalos pela pequena quantidade para toxidez, seu consumo excessivo é que preocupa.
Enterolobium maximum , ou timbauba. É uma árvore frondosa, sem cheiro, de cerne marrom-claro a cinza-rosado. Uma das principais plantas venenosas no norte do país.
A Baccharis cordifolia conhecida por mio-mio também causa problemas, especialmente no sul do país onde já tivemos um surto de intoxicação nas regiões de divisa com Argentina e Uruguai, levando a quadros agudos e fatais em um grande número de bovinos.
A Senecio spp também conhecida como Tasneirinha, flor-das-almas e maria-mole é uma planta anual, que floresce a partir do mês de outubro e apresenta inflorescências amarelas, comportando-se como invasora de culturas e pastagens nativas. É encontrada na região Centro-Sul do Brasil. Os animais se intoxicam pela ingestão acidental da planta com feno e silagem, pois, a mesma é pouco palatável. Seu principio ativo são os alcalóides pirrolizidínicos hepatotóxicos e causadores de lesão crônica irreversível.
Fontes de pesquisa e imagens: http://www.gege.agrarias.ufpr.br/Portugues/Arquivos/Plantas%20toxicas%20de%20pastagens.pdf
http://www.ruralnews.com.br/visualiza.php?id=694
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2006000200005
http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=1829